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terça-feira, 9 de novembro de 2010

SALA DE AULA


Eis, que numa tarde cinzenta
No meio de uma briga de alunos

Resolvo ler Drummond, Ana Cristina Cesar e Cacaso...

Estes sim, encrencam com a poesia

Eclodem a filosofia que escorre e se espalha

Exatamente como o sangue

Na boca dos dois brigões.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

POEMA DE PRAIA

A vida, margarida
Não é passar botox
Nem disfarçar estrias

É caminhar, não só nos finais de semana,
Mas todos os dias da sua rotina,
Para cicatrizar feridas

A vida,  margarida
Não se disfarça com cirurgia plástica
É dura como o up do pugilista
E dói igual

A vida, margarida
É como a dor do arrependimento
Do aborto
Do amor que se foi.

Claro que a vida pode;
Mas depende
Do pode,  do onde, do quando.
Mas, pode.

A vida, margarida,
Amanhece com a cor pálida
que cada um consegue maquiar
para se levar adiante.

sexta feira de férias

Aqui, num escritório cheio de livros
a vida passa por entre minutos e meus dedos.
quantos anos mais terei que caminhar em dúvidas?
quantas mentiras a mais terei que contar?
Pra onde vão nossas emoções depois de sentidas e esvaziadas?
Ah essas dores de amores
o tédio da velhice, a cegueira da juventude, ah! juventude, onde estavas quando passou a vizinha de 19 anos?
já sei... no meu reumatismo definhado em dois comprimidos de lexotan.
volto a  meus dias de embriaguez com uisque vagabundo em gelo feito com agua da sabesp
durmo sono de passarinho enxergo cada vez menos, mas sou cada vez mais ciente...
todas as doenças me espreitam.....resta saber qual vai me levar......devo rir?

terça-feira, 16 de março de 2010

Vale a pena ver este texto da Marina Colasante

Sexta-feira (Marina Colasanti)




Sexta-feira à noite

Os homens acariciam o clitóris das esposas

Com dedos molhados de saliva.

O mesmo gesto com que todos os dias

Contam dinheiro, papéis, documentos

E folheiam nas revistas

A vida dos seus ídolos.

Sexta-feira à noite

Os homens penetram suas esposas

Com tédio e pênis.

O mesmo tédio com que todos os dias

Enfiam o carro na garagem

O dedo no nariz

E metem a mão no bolso

Para coçar o saco.

Sexta-feira à noite

Os homens ressonam de borco

Enquanto as mulheres no escuro

Encaram seu destino

E sonham com o príncipe encantado.