revista
Batem à minha porta,
comida delivery!
Aqui na madrugada viajo na minha vida antiga
vagueando sem preciosidade
dentro da minha idade;
O destino vai se acanhando
todo dia trazendo algumas enfermidades:
são as nossas frustrações
entupindo a aorta;
remediar são os gritos
ecoados para dentro,
saudade tatuada em nossos
corações,
desilusão;
a efemeridade do tempo,
agride as recordações
da nossa intimidade a cada
hora invadida,
pelo celular em viva voz,
pelo latido do cão, barulho do trem, caminhão, motocicleta, tv em volume alto,
pela minha dieta que fica em
todas as promessas de início na segunda feira.
As coisas se repetem, a barriga
crescendo, a cirurgia, o câncer,
o marca-passo as dores passo a passo, lombar;
Minhas liberdades evocam a
seus limites, mas os estupram.
Quero minha canção preferida
de volta
no sorriso ou talvez no choro
de um saxofone solitário à
noite num barzinho
que serve pastel de palmito e
um cálice de cachaça.
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